Lá no meu velho sertão
Na hora em que o galo canta
A noite transforma em dia
E o sol logo desponta
Pede licença à garoa
Pra iluminar a lagoa
Onde uma gotinha à toa
Brilha nas folhas das plantas
É na roça que eu sinto
Uma grande emoção
Vendo lá na invernada
O gado fazer procissão
Pisando na terra quente
Vejo um pobre inocente
No calor de um sol ardente
A Deus fazer oração
O sol fala de mansinho
Tristonho e de amor carente
E manda um recado à lua
Que a espera eternamente
Por detrás daqueles montes
Os seus raios cintilantes
A lua no mesmo instante
Resplandece na vertente
Quisera ver no sertão
Em meio a essa beleza
Alguém levantando a mão
Gritando em sua defesa
Brigando por esse feito
Lutando de qualquer jeito
Exigindo mais respeito
Por nossa mãe natureza