Velho Chico
No fuxico de tuas águas
As minhas mágoas se afogaram em teu correr
Na canoa em que eu faço a viagem
No silêncio da paisagem vejo tudo florescer
Eu te pergunto quantas lágrimas matutas
Se derramaram pra que fosses lindo assim
Desde a canastra até a última morada
Em que te entregas ao mar um amor sem fim
Junto ao teu leito ora largo ora estreito
Tuas águas pintam de verde o sertão
Dando festa na vida do sertanejo
Olho pra ti e vejo tens alma e coração
Oh, velho Chico quantas sedes saciadas
Por tantas bocas que viveram a te beber
Chico das águas, Chico amigo, São Francisco
Vem de alegria minha vida abastecer
Vem dar água de beber
Matar a sede da gente
Vem transformar a semente
Em fruto bom de se comer
Junto ao teu leito ora largo ora estreito...