Aconteceu no Rock in Rio: relembre 15 momentos inusitados do festival
O Rock in Rio surgiu em 1985, como muitos sabem, por meio de um audacioso projeto do publicitário Roberto Medina. Já CEO [termo que nem era usado na época, diga-se de passagem] da Artplan (que fundara aos 25 anos) e com a experiência de ter realizado o show de Frank Sinatra, no Maracanã, em 1980, Medina foi procurado pela cervejaria Brahma que estava lançando um novo produto: a Malt 90.
O resto, já é história! De maneira resumida, posso apenas dizer que o RIR foi o responsável por colocar o Brasil no itinerário dos grandes shows e turnês.
Ao longo desses mais de 30 anos de história, o festival foi cenário de acontecimentos memoráveis. Como não poderia ser diferente, o evento também é marcado por muitos momentos inusitados. No texto de hoje, vou te ajudar a recordar algumas dessas muitas peripécias!
Vamo lá?
1. Freddie Mercury, ídolo incontestável
Em conversa com a Rolling Stone, Klaus Meine, vocal do Scorpions, relembrou o antológico show que a banda fez na primeira edição do evento. De quebra, Klaus revelou que o festival foi cenário para que ele conhecesse um de seus ídolos. “Foi a primeira e única vez que encontrei Freddie Mercury”, relembra. “O Queen faria um show fantástico naquele festival, e também seria o nosso show mais famoso”, finaliza.
2. Sangue, suor e Iron Maiden
No primeiro Rock in Rio, o Iron Maiden definitivamente mostrou o peso do metal! O carisma e a entrega de seus membros fizeram da presença do Maiden no festival um acontecimento que mudou a concepção de como uma banda deve se comportar no palco.
O vocalista Bruce Dickinson fez uma boa parte do show com um ferimento na cabeça, resultado de um movimento abrupto com o microfone e assim, literalmente, deu o seu sangue para satisfazer os fãs.
3. As “falhas nostras” da Rede Globo
Foi no Rock in Rio I que a expressão “metaleiro” foi criada. A Rede Globo inventou o termo para se referir aos fãs de heavy metal. Alguns deles, inclusive, acharam o termo pejorativo.
Na segunda edição do festival, em 1991, o talentosíssimo Pedro Bial foi o comentarista que a Globo escalou para trabalhar no evento. Bial entende bastante de cultura pop, ninguém pode negar. Só que no show do Guns, ele tinha muito mais coisas para enaltecer do que os atributos físicos de Axl Rose. Lá pelas tantas, Bial se deu ao trabalho de querer saber se público que acompanhava a transmissão prestou “atenção no bumbum do Axl Rose”.
Já no Rock in Rio III os comentários da Globo ficaram a cargo do ator e apresentador Márcio Garcia, que cometeu uma tremenda gafe durante uma de suas intervenções. Ao pronunciar o nome do baterista do Iron Maiden, Nicko McBrain, Garcia acabou chamando o músico pelo nome de Nicko ‘MC Brain’, como se o roqueiro fosse um funkeiro =P.
4. Sem mordidas, Ozzy Osbourne!
Três anos antes de arrancar a cabeça de um morcego com os dentes, num show, nos EUA, Ozzy Osbourne acertou contrato pra tocar no Rock in Rio. Com medo das loucuras de Ozzy, a produção do festival colocou uma cláusula no contrato que impedia o músico de morder qualquer animal no palco. E até que o Madaman se comportou direitinho, mesmo quando um “metaleiro” mais entusiasmado jogou uma galinha viva no palco.
5. Robert Plant pediu pra sair
A princípio, Billy Idol iria fazer somente uma apresentação no Rock in Rio II. Porém, foi convocado em caráter de urgência para um segundo show porque o roqueiro Robert Plant cancelou, na véspera, a sua presença no evento. Plant desistiu de participar do festival por causa da Guerra do Golfo.
6. O recorde de Lobão
Lobão fez o show mais curto da história do festival. Após tocar Vida Louca Vida e um pedaço de Canos Silenciosos, o roqueiro entendeu que não precisava aguentar a hostilidade do público, que esperava Megadeth e Guns, devolveu algumas ofensas, levou garrafadas e tirou o time de campo. Total: 6 minutos.
7. O peso do Guns N’ Roses
Na segunda edição do festival, o Guns mostrou a segurança de uma banda gigante. Diante de um Maracanã lotado, a banda estreou nova formação (as entradas do baterista Matt Sorum e do tecladista Dizzy Reed) e, de quebra, mostrou ao público brasileiro em primeira mão diversas músicas que meses depois seriam lançadas no álbum duplo Use Your Illusion.
8. Nem “toda nudez será castigada”
No Rock in Rio III (2001), Nick Oliveri, então baixista da banda Queens Of The Stone Age, decidiu tocar sem roupas e quase foi preso por atentado ao pudor. O juiz Siro Darlan teve que explicar ao músico as leis brasileiras. Após o incidente, o músico alegou que via imagens do Carnaval brasileiro e imaginava que o povo não se importava tanto com nudez em público.
Na mesma edição, a saudosa Cassia Eller levantou a blusa e mostrou os seios. Por sua vez, a galera do Ultraje a Rigor abaixou a calça e deixou a bunda de fora no fim da apresentação.
9. “Ninguém solta a mão de ninguém”
As bandas Raimundos, Skank, Jota Quest, O Rappa, Charlie Brown Jr. e Cidade Negra decidiram não participar da terceira edição do festival. O boicote foi liderado pelo Rappa, sob a alegação de que a organização não cumpriu o combinado em relação ao horário de sua apresentação. Em solidariedade aos cariocas, os outros grupos abandonaram o evento.
10. Deu ruim pra Britney Spears
Britney Spears chegou ao Rock in Rio III com o status de grande estrela pop do evento, mas a performance dela está longe de ser uma das mais brilhantes de sua carreira. A artista foi vaiada ao mostrar a bandeira dos Estados Unidos, procedimento habitual durante a turnê.
Outra polêmica envolvendo a apresentação de Britney são as suspeitas de que ela não cantava realmente durante os seus shows. Posteriormente foi esclarecido que ela usou o recurso da base pré-gravada, no qual uma gravação com a voz dela cantando as músicas é transmitida enquanto ela canta ao vivo por cima dessa gravação. A justificativa dada para esse procedimento é o grande número de coreografia que seu espetáculo possui, tornando o show totalmente ao vivo impossível.
11. A força do Capital Inicial
O Capital Inicial fez um dos melhores shows nacionais da história do Rock in Rio. Na ocasião, o país inteiro se rendeu ao Acústico MTV dos brasilienses liderados por Dinho Ouro Preto. Com o reforço de Kiko Zambiachi e do excelente guitarrista Marcelo Sussekind, o banda fez a plateia dançar, pular e cantar junto durante a performance de canções como Primeiros Erros, Natasha e Música Urbana.
Detalhe I: de todos os artistas brasileiros, o Capital foi o único que voltou ao palco para fazer um bis e assim atender ao chamado da galera.
Detalhe II: o baterista Fê lemos fez o show com uma das mãos ferida. Ao descer da van que transportava o grupo, ele se machucou com a porta do veículo.
12. Primeira e única vez no Rock in Rio
No Rock in Rio III, a banda Oficina G3 tocou na Tenda Brasil, um dos palcos secundários do festival, e assim tornou-se o único nome da música gospel a participar do Rock in Rio. Naquela mesma edição, a dupla Sandy e Júnior tornou-se o único representante mais próximo da música sertaneja que um dia já fez um show no festival.
13. Katy Perry sendo Katy Perry
No Rock in Rio 2011, a pop star Katy Perry fez um show de 11 músicas, trocou de roupas 13 vezes e ainda deu a um fã brasileiro seus 15 segundos de fama! Isso é que é saber gerenciar bem o tempo, hein?
14. Baixista do Red Hot quase morre no palco
Durante uma entrevista ao Programa do Porchat, da TV Record, Dinho Ouro Preto comentou um episódio envolvendo Flea, baixista do Red Hot Chili Peppers, no no Rock in Rio 2011. Segundo Dinho, o músico quase morre carbonizado no show do Capital Inicial.
“Eles estavam vendo nosso show. E nesse ano fizemos efeitos pirotécnicos. Ele (Flea) estava tomando um chazinho encostado onde saía o fogo“, contou Dinho, se referindo às chamas cenográficas usadas na lateral do palco. Daí, para evitar o desastre, um roadie do Capital se jogou sobre Flea, empurrando-o com força. “O cara caiu de costas e levantou já subindo para a porrada. Mas aí a coisa explodiu, e ele entendeu o que tava acontecendo”, completou.
15. Crush do Bon Jovi
No Rock in Rio de 2013, uma fã brasileira pode falar que pegou o Jon Bon Jovi. Graças ao cartaz em que dizia ter ido a todos os shows da banda no Brasil e pedia um beijo, a paulista Rosana Guedes foi convidada por Bon Jovi para subir ao palco, durante a música Who Says You Can’t go Home. Para matar a mulherada de inveja, Rosana deu vários selinhos na boca do galã.
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Em breve, eu volto com mais conversas sobre o maior festival de música do planeta! Então, fique antenado 😉
Gustavo Morais
Jornalista, com especialização em Produção e Crítica Cultural. Pesquisador independente de música, colecionador de discos de vinil e mídias físicas. Toca guitarra, violão, baixo e teclado. Trabalha no Cifra Club desde novembro de 2006.