DmA7
Um espinho, moço novo, morador da Japecanga
Dm
Se apaixonou, sem querer, por uma flor de pitanga
D7Gm
Já tinha antes do inverno, trocado olhares de fato
DmA7Dm
Com outra flor de aroeira, da mesma costa de mato
A7
Teve uma vez que encantou-se numa flor de corticeira
Dm
Mas ela nem deu adeus, e foi-se na corredeira
D7Gm
Se foi no rastro do arroio, que dividia as barrancas
DmA7Dm
Ficou de um lado o espinho, do outro, a "florzita" branca
D7Gm
Uma vez meio de ponta, por voltas que a vida faz
A7
Atacou um boi pampa alçado, com pose de capataz
GmDm
Ali na boca do mato, onde sempre se enredou
A7D
O boi sentindo sua pua, deu cara-volta, e voltou!
Lhe chamam espinho brabo, pois não lhe conhecem bem
D7Gm
Já foi a farpa do arame, e a ponta que a espora tem
Dm
Sabe que nunca na vida, vai deixar de ser espinho
A7D (Dm)
Por causa dos seus açoites, tem medo de ser sozinho
A7
Flor de pitanga bonita, um dia vai ficar doce
Dm
Mas ele sonha um romance, como se possível fosse
D7Gm
Por ser do mato, se esconde, do amor contido não conta
DmA7Dm
Não sabe assim, ter carinhos, por ser espinho, tem ponta!
A7
O espinho rasgou o pala dum campeiro de cruzada
Dm
E guardou a lã pra sempre, na sua ponta afiada
D7Gm
Pra acenar despedidas, pro vento que lhe alvorota
DmA7D
Pois pensou em ir-se embora, cravado num pé de bota!