Quantos irmãos ainda?
Quantos irmãos?
Quantos irmãos ainda perecerão?
Quantos irmãos ainda?
Quantos irmãos?
Quantos irmãos ainda perecerão?
Já na infância eu via
Sabedoria na cantoria de quem toca viola
E faz repente alegrando a vida de toda
Aquela gente, gente sofrida, esperançosa
Não tinha o feijão no prato pra alimentar
Não tinha a escola pra mente saciar
Labuta Sol a Sol, enxada no chão
No bolso de chita não tinha um tostão
De graça, cachaça e a calçada do bar
Puxaram arma branca pra algo tomar
Reviraram os bolsos e havia nada
Com a vida a dívida estaria paga
Irmãos!
Quantos irmãos ainda?
Quantos irmãos?
Quantos irmãos ainda perecerão?
Quanto irmãos ainda?
Quando irmãos?
Quantos irmãos ainda perecerão?
Quentura pra todo lado
O povo é massacrado!
Mas olha adiante, bota a semente no chão
Mesmo com a seca torrando a plantação
Gente sofrida, esperançosa
Santinho em troca da inocência
Cabo eleitoral colando pra lograr
Agora dominam novos coronéis
Que erguem mentiras como se fossem troféus
Enquanto retiram do trabalhador
O lucro pelo fruto do seu labor
Mas o sertanejo não desiste não!
E o seu trabalho continua nos dando pão!
E o seu trabalho contua nos dando o pão
E o seu trabalho contua nos dando o pão
E o seu trabalho contua nos dando o pão
Quantos irmãos ainda?
Quantos irmãos ainda?