No ano dois mil e cinco
Algo ruim aconteceu
Dezenove de dezembro
Chiquim Almino morreu
Seis dias antes do dia
Que o filho de Deus nasceu
Ele contava cinquenta e dois anos
Cheio de sonhos e brilhantes planos
Ao seu estilo vivia feliz
Preso ao trabalho com tanto prazer
Mas do que tudo queria viver
Infelizmente Deus assim não quis
A nove anos quase sai de cena
Cateterismo e pontes de safena
Fez para o seu coração não parar
Passado o susto nem imaginava
Que aquele infarto que quase o matava
Se repetisse para lhe acabar
Foi com o início do seu fim marcado
Dia dezoito do doze internado
As nove horas da noite a perigo
Como nem tudo a ciência resolve
Quando nascia o dia dezenove
Nós já não tínhamos mais nosso amigo
Os quatro irmãos sentem saudade extrema
As nove irmãs e a mãe Iracema
Lamentam muito por tê-lo perdido
O filho Sávio e a esposa Valmira
Ainda acham que tudo é mentira
Chiquim não era para ter partido
Seus robes era fazer pescaria
Fazer caçadas e ouvir cantoria
Cantar as vezes de viola nas mãos
Esposa e filho foram seus amores
Era um poeta e tinha os cantadores
Tão simplesmente como seus irmãos
Ficamos sem o nosso pescador
Nosso marchante nosso caçador
Nosso poeta de tão pouca idade
Pra Deus foi bom pra nós um castigo
Não temos mais o nosso grande amigo
Chiquim Almino agora é só sauidade