Para-para, uhum
Para-para, uhum
Para-para (ahn)
A rua é o berço da minha sina (além do capital)
Não escolhi fazer rap não, ó, o rap me escolheu no maternal
Mestre na rima, mente de von braun
Transparente igual à água cristalina pra sede material
Não tem concurso, é o curso (pa-para-para)
O saber de separar, contando cédulas, sem regras, piegas, etc
É o povo às cegas, não se apega, a meta é desmistificar
Não existe trégua, só a porra do bumbo e a caixa, que fita
O que interessa é uma palavra atrás da outra
Nada como um dia após o outro dia, vida louca
Bela, breve e preciosa, igual à saúde dos pais
Quem fala o que não vê ilude os demais, ajude os rivais
Prazeres violentos têm fins violentos, sonho atento
Tipo dolores num auto descobrimento
Terceiro milênio, percorrendo o labirinto, enxugando gelo
É o mar gelado e a gente cai no pelo
Ahn, não passa nada, parça, passa a bola, tabela entre real e barça
Faça você memo, faça a coisa certa, mas só faça
Nike, Spike Lee, ou na roda de MC na sua praça
Anjos e demônios, deuses brincando com cada raça
Então vive a vida com seus mano, tinha briga, apaziguamo
Essa é a brisa, imprecisa, estabiliza em outro plano
Tela, tinta, atrela de dentro da sela compensando
O tempo é a cruz que o justo carrega, ou abandona o rebanho
O inimigo morto não é vitória
Eu vou e volto pra dizer como se voa e pra brindar ocultas glórias
Liberdade e caos, segurança e ditadura
Ditadores não amam suas flores, só as torturam
Pesadelo nem delírio, eu vivo o regime lírico
Íngreme escrito oferecido observando os lírios
Dos campos, relativizando os empecilhos
Prossigo rasgando trilhas nas entranhas de seus filhos