Podia a vida ser obra de arte
E o desprazer fazer só parte
Devia ser só parte
Não a totalidade
E eu que cultivo a bondade
Não percebo que a maldade
Também faz parte
Da obra de arte
Eu não sou um tipo de luz
Que aguenta as trevas calada
Amo enfim o desconhecido
Até que fique conhecido
Daí vejo que o bendito
Também guarda pensamentos malditos
E é assim em cada horizonte
Ao observar os homens
Eu sinto tristeza
E procuro pela paz
Eu não sou um tipo de luz
Que aguenta as trevas calada
Podia a vida ser obra de arte
E a agonia ser só parte?
Pois eu sonhei um dia
Que também fazia parte
A harmonia nas famílias
Sou a criança mimada
Que almeja enfim ser paz
Mas como posso aguentar
Essa dor calada?
Eu era um tipo de luz
Que passava pelas trevas calada