Minha fome de conquistas
Não assombra mais
Que a fome de comida
Que passam alguns irmãos
E o atraso dos meus sonhos
Vale menos que aqueles
Que não acontecem
Por falta de um colchão
Magreza aqui é padrão
Lá fora
É sentença de morte
Não, não é meritocracia
Eu chamo isso de sorte
Ter um porto seguro para se agarrar
Nesse turbulento mar
Acordei carinhosamente o meu ego
Isso não diz que eu sou um ser desperto
Só sou um ser ciente
Do sofrimento de tanta gente
Agora só me resta gratidão
Pelo que sou e pelo que não
Pode ser meu
Talvez controlando o meu ego
Eu me torne quem nasci para ser
Adjetivamente humana
Para ser capaz de perceber