O estado teso me assombrava
Ficava com medo, pois eu não sabia o que eu sentia
E sem o que fazer, eu queria aquela mocinha
Era a garota que me excitava e alucinava
Louco de uma fome que nem sei que, mas ela sabia
E cheirava o sexo genético, natural e materno
Poderia ter feito isso antes, pensava comigo
Mas na puberdade elas são maliciosas no intelecto
Sistema eficaz de defesa, sabem de quase tudo
E se passam por inocentes, sabem fazer isso tão bem
Babando o dia todo e quando não se espera
Justamente é o dia da serpente atacar
Me lascou um beijo, atiçou meu apetite
Oh, fome danada, que não sabia o quê
Ela sabia, me fez homem
Ganhei só um beijo e já pensava assim
Pude então perceber e, garoto, fiquei a viver
Desconstrução, não vou tolerar
Minha educação é dos meus ancestrais
Que organizaram famílias e concepções
Estou em uma situação difícil de entender
O tolhimento e a discriminação me envolvem
Reguei monstros verdes que hoje me devoram
Trinta anos depois, a vejo em um discurso se defendendo
Essa é a vida e o mundo em que estou vivendo
Vivi com moranga e já comi robalo
A vida pode ser flor ao ter amor