Eu sou a morte encapuzada chegando de madrugada
Eu sou a vida com a luz derretendo essa sua cara
Eu sou o acidente que fez você cair da escada
Eu sou a porra da cirurgia arriscada
Eu sou o infarto fulminante de repente
Eu sou o resultado quando eles descarregam o pente
Sou o sentimento de vingança invadindo a sua mente
Eu sou o que as pessoas fazem quando tão com sangue quente
Não tiro férias, nem quero
Eu gosto do trabalho
Não adianta se esconder
Com crucifixo e alho
Aquiles me desafiou, eu furei o calcanhar
No final alcanço todos, não tem como escapar
Pro mar sou tubarão, nos prédios explosão
Visando desde sempre toda a aniquilação
Agressividade sempre mas o sangue é congelado
O ser que aparece pra por fim no teu reinado
Perguntaram, Morte, cê bebe cerveja?
Eu gosto de tomar uma enquanto o sangue despeja
Rasguei sua artéria, de terror eu sou matéria
A ser ensinada
Desde o começo dos tempos eu sou adorada
Pessoas em laboratórios tentando fugir de mim
Em vez de aceitar que eu sou eterna e implacável
Governantes são os que mais me adoram
Financiam guerras, sede de sangue insaciável
No final eu sou o símbolo que vocês inventaram
Pra não ter tanta culpa, daquilo que causaram
Mas eu criei vida e assumi o meu papel
Fui eu que destruí a tal da torre de babel
Pra vocês eu sou o céu e o inferno de mão dada
Sou a notícia ruim que chega às 3 da madrugada
Eu sou o livramento da existência desperdiçada
Sou eu quem te livra dessa sua vida amargurada
Pedra, tiro e paulada, nada me mata
Nada me falta, nada me cala
Nada que é alta, a sua maré de azar
E daqui uma semana mano eu vou te visitar