Eu era Saulo, na sombra eu andava
Zeloso na lei, na justiça acreditava
Com as mãos manchadas, um coração sem paz
A fé que eu defendia, era a mesma que não via mais
Com pedras nas mãos, vi Estevão partir
Mas o que eu buscava, não sabia discernir
Fariseu convicto, perseguidor fiel
Um coração em trevas, um fardo cruel
Na trilha da lei, meu fervor consumia
Mas o peso da culpa em silêncio crescia
Em cada sentença, em cada prisão
Faltava-me amor, sobrava-me razão
Mas em Damasco, tudo mudou
Uma luz me cegou, ao chão me lançou
Uma voz ressoava, perguntando o porquê
Saulo, por que me persegues? O que fiz a você?
Saulo, Saulo, por que me persegues?
A graça te chama, mesmo que negues
Eu sou Jesus, a luz e a verdade
Vem, deixa o ódio e encontra a eternidade
Quem és, Senhor? Clamei na dor
E a resposta do céu me encheu de amor
Na escuridão da cegueira, vi a verdade brilhar
Os olhos que outrora odiavam, agora aprenderiam a amar
Levando o Evangelho, como antes levava a dor
Hoje sou transformado pelo poder do amor
Saulo, Saulo, por que me persegues?
A graça te chama, mesmo que negues
Eu sou Jesus, a luz e a verdade
Vem, deixa o ódio e encontra a eternidade
Nas prisões e lutas, eu não te abandonei
Pois sei que em Ti encontrei quem sempre sonhei
Não temo as correntes, meu coração está em paz
Pois agora vivo para a glória que não se desfaz
Agora sou Paulo, pregador da paz
Onde havia trevas, hoje a luz se faz
Preso, ferido, mas nunca sozinho
Em Sua presença encontro o caminho
Nos flagelos da vida, na dor da prisão
Minha alma descansa em Sua redenção
Paulo, Paulo, já não me persegues
A graça te alcançou, recebe e segue
Eu sou Jesus, te guio na verdade
Em ti plantei vida, em ti eternidade
E ao olhar pra trás, vejo graça e perdão
De perseguidor a apóstolo, pela suas mãos
Na estrada da vida, na luz eu vou trilhar
Com mãos que antes feriam, hoje abençoar