Ele vem da Bahia
De São Salvador
E a cor da pele foi o sol
De lá quem lhe mandou
Ele tem um sotaque
Tão particular
É de poucas palavras
Fala mais com o olhar
A cor do cabelo
Parece tão comum
Mas é tão lindo
As cores refletem do preto
Só que ele não repara
Que ao me encontrar
Acende os fragmentos do meu mundo particular
Mas ele não sabe e ele não vê
Que até axé comecei a cantar
Mas ele não sabe, ele não vê
Na reza eu falei com orixá
Mas ele não sabe, ele não vê
Os meus planos pra fazer
Mas ele não sabe, ele não vê
Pra ele começar a me perceber
Ooh oh
Tudo que ele me conta
Passei a anotar
Pra não perder nada
Ou deixar de reparar
Certas descobertas
Me fizeram mudar
É que, na verdade, ele nasceu no Pará
Mas ele não sabe e ele não vê
Que o Carimbó comecei a aprender
Mas ele não sabe e ele não vê
Que Tapioca passei a comer
Mas ele não sabe, ele não vê
Tudo o que eu posso fazer
Mas ele não sabe e ele não vê
Pra ele começar a me querer
Não vê
Rimei castanha com vatapá
Mas ele não sabe e ele não vê
Misturei Iara e Iemanjá
Mas ele não sabe, ele não vê
Que eu não vou na sala dele à toa
Mas ele não sabe, ele não vê
Que eu fecho os olhos
Ah, o tempo voa
Mas ele não sabe e ele não vê
Que meu almoço é adiantado
E ele não sabe, ele não vê
Que o nosso encontro já estava marcado
Mas ele não sabe, ele não vê
Que eu vou tentar de tudo sim
Mas ele não sabe, ele não vê
Que nunca ninguém me fez sentir
Não sabe, não vê
Que o Carimbó comecei a aprender
Mas ele não sabe, ele não vê
Agora ele sabe, agora ele sabe