Dias se alongam
Outros se encurtam
Às vezes o Sol queima
Outras se esconde
A teimosia do mundo, inalterado
Em sua marcha insensível, ano após ano
Numa rua festiva, a alma em desalento
Onde a esperança e a dor se entrelaçam
Luzes cintilam, um Natal de aparências
O sino badala, um eco distante
Alegria forçada, um véu que oculta
O abismo social, a ferida exposta
Senhores do mundo, ilusão passageira
A dor nos despoja, revela a nudez
A fragilidade humana, a finitude da alma
Chegadas e partidas, o ciclo implacável
Ó Cristo, luz que irrompe na treva
Renova a esperança, transforma o pranto
Que o sorriso floresça em cada rosto
E a mudança, enfim, se firme em nossos passos