Sei, já não devo mais saber de nada
Meu coração cansado em tanto descompasso
Me morde, me mata
Me suga e me cala
Sei, já não leio bem o mundo
Entre o fundo e a superfície
O tempo é raso e sempre curto
Pra viver
Meu bem
Vou chorar até amanhecer de novo
Vou chorar até amanhecer de novo
Minha fome de gritar
Meu desejo de encontrar a cura
Pra essas criaturas tristes
E normais
É um ritual, longa diagonal, etc e coisa e tal
Calado caos no paraíso, em pleno inferno astral
Quer mais um trago? No coração te trago
Amar é raro, como um doce no meio do mundo amargo
Sou mulher, sou bicho
Sou mistério até pra mim
Sou meu corpo e minha voz
Semente, meio e fim
Sou o fim da semana
Bruxa, menina, cigana
Sou a trança, sou a trama
Sou chama e quero te queimar
Te queimar
Sou chama e quero te queimar
Minha fome de gritar
Meu desejo de encontrar a cura
Pra essas essas criaturas tristes
A insegurança, a indiferença, falta da sua presença
Tristeza densa, perda da crença, conurbação
Nesse mundão onde tudo se prioriza, menos o coração
Você tem fome de quê? Você tem fome de você?
Tudo pro ar, o mundo fala, mas não me cala
Tudo pro ar, o mundo fala, mas não me cala
Tudo pro ar, eu tenho fome, eu tenho fome
Eu tenho fome de gritar
Minha fome de gritar
Meu desejo de encontrar a cura
Pra essas essas criaturas tristes e normais