No ventre da selva
Enfeita a aldeia no Alto Solimões
É festa Ticuna da moça nova
Reúnem todos os clãs
No rito de fertilidade
Enfeitam a moça com palha de buriti
Heia, heia, hei
Heia, hei
Recebem conselhos, são adornadas
São preparadas, são confinadas no turí
Ao som de cantorias
O Kuraca inicia
Três noites e três dias
O rito de passagem
Que transforma a moça nova em mulher
Mascarados recebem as moças
De olhos vendados na sala de festas
Mascarados, corpos pintados
Cobertos de penas, semblante assustador
O velho Kuraca em seu rito anuncia
Debutantes ajoelhadas, mechas serão arrancadas
Arranquem os cabelos, pelem a cabeça!
Afugenta o perigo, renova esses seres
Esses seres falhos
Arranquem os cabelos, pelem a cabeça!
Purifiquem esses corpos da profanação
Do desvio e da maldição
Arranquem os cabelos, pelem a cabeça!
Afugenta o perigo, renova esses seres
Esses seres falhos
Arranquem os cabelos, pelem a cabeça!
Purifiquem esses corpos da profanação
Do desvio e da maldição