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Violão clássico e violão popular: entenda as diferenças

Fique por dentro de todas as diferenças entre essas duas abordagens no violão.

Violão clássico e violão popular são rótulos que aparecem no caminho daqueles que querem aprender a tocar violão.

O violão clássico está geralmente relacionado a uma técnica “mais refinada” e a um “repertório histórico” da música de concerto. Enquanto o violão popular aparece ligado mais à criatividade.

Um instrumento versátil, que atua em diferentes gêneros musicais e culturas, existem diferentes jeitos de tocar violão. Mas se você quer entender um pouco mais sobre o que diferencia o violão clássico do popular, se liga no texto a seguir!

Descubra qual a diferença entre violão clássico e violão popular

Definir o que caracteriza o violão clássico e o violão popular pode ser um desafio, por ser um instrumento presente em diversas culturas, principalmente ocidentais. Então, é natural que as fronteiras entre “clássico e popular” não sejam bem definidas.

Assim como na música clássica, por exemplo, o termo “clássico” não é preciso. Dentro da historiografia e musicologia, ele se refere a um período que inclui compositores como Haydn, Mozart e Beethoven.

No geral, esse violão está associado a um repertório amplo, de no mínimo 500 anos, e a uma técnica mais “formal”, vindo de algo que é atemporal e universal. O que denota um pouco de elitismo.

Por outro lado, o violão popular é um conceito que varia conforme o contexto.

No Brasil, ele está ligado à música popular brasileira e pode ser usado tanto para acompanhamento quanto para execução solista. O violão é preponderante em gêneros como o choro, samba e na música caipira.

Em outros países, o violão popular pode ter características distintas, dependendo de como cada cultura adaptou o uso do instrumento.

Violão clássico e seu repertório

O violão clássico está diretamente relacionado a um repertório composto por obras de compositores como Johann Sebastian Bach, Fernando Sor, Francisco Tárrega e Heitor Villa-Lobos.

Esse repertório abrange desde transcrições de peças originalmente escritas para outros instrumentos até composições elaboradas para o violão.

A técnica do violão clássico prioriza a execução simultânea de melodias e harmonias, exigindo independência dos dedos e um controle refinado da articulação.

O uso das unhas na mão direita é uma prática comum para tocar violão clássico, pois proporciona maior clareza sonora e definição nas notas.

Além disso, o repertório do violão clássico incorpora obras de instrumentos antigos, como o alaúde, a vihuela e a guitarra barroca. Muitos deles se caracterizam pelo uso de polifonias complexas, nas quais múltiplas melodias ocorrem simultaneamente.

Mesmo no século XIX, o violão ainda não possuía o formato padronizado que tem hoje. Seu desenvolvimento passou por diversas transformações estruturais até atingir a configuração moderna, com seis cordas e um tamanho que favorece a projeção sonora.

Partitura e postura

Uma característica essencial do violão clássico é a utilização da partitura como principal meio de transmissão do repertório.

A leitura de partituras é indispensável para qualquer violonista clássico, sendo uma ferramenta fundamental para o estudo e a interpretação das obras.

A postura também é um elemento importante: tradicionalmente, é utilizado um apoio para elevar o instrumento e garantir maior estabilidade, permitindo precisão técnica.

Nos últimos anos, essa postura vem sendo modernizada com o uso de suportes ergonômicos que proporcionam maior conforto ao músico.

Violão popular e seu repertório

O violão popular está presente em diversas manifestações musicais ao redor do mundo, com características que variam conforme o contexto cultural e estilístico.

No Brasil, ele é essencial para gêneros como choro, samba, bossa nova e música caipira. Em outros países, aparece no blues e folk dos Estados Unidos, no flamenco da Espanha e no fado de Portugal.

Assim como o violão clássico, o violão popular também tem um repertório vasto, mas sua transmissão se dá de forma diferente. Muitas músicas são aprendidas de ouvido, pela prática e interação com outros músicos, sem necessariamente recorrer à partitura.

Técnica e execução

Diferente do violão clássico, cuja técnica prioriza a polifonia e a independência dos dedos, o violão popular foca na execução rítmica e na espontaneidade.

Enquanto o violão clássico se concentra no dedilhado, no violão popular também se utilizam batidas específicas para cada gênero. Além disso, o improviso é uma característica marcante, especialmente em gêneros como o choro e o jazz.

O uso das unhas na mão direita também pode aparecer no violão popular, principalmente em estilos como o flamenco, onde a técnica de “rasgueado” é muito utilizada.

Postura e abordagem pedagógica

No violão clássico, a postura tradicional envolve o uso de um apoio para manter o instrumento estável, favorecendo a precisão técnica.

Já no violão popular, a postura pode ser mais livre, com o instrumentista tocando sentado de forma mais relaxada ou em pé, utilizando correia.

A aprendizagem do violão popular também costuma ser mais intuitiva, baseada na repetição e na prática coletiva. O estudo de cifras e tablaturas é comum, substituindo a leitura de partituras como principal ferramenta de aprendizado.

O violão popular na música brasileira

No Brasil, o violão popular pode ser dividido em duas grandes vertentes: o solista e de acompanhamento.

O violão solista segue a tradição de músicos como Baden Powell, que utilizam técnicas do violão clássico para interpretar peças populares e criar arranjos de chorinhos e canções populares.

Já o violão de acompanhamento tem como referência nomes como João Gilberto, criador de um estilo característico na bossa nova, muito utilizado para acompanhar cantores e cantoras.

Além disso, há também o acompanhador de grupos instrumentais, como Dino 7-cordas, que gravou centenas de discos como parte de grupos de samba e choro.

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Marco Teruel

Marco Teruel é músico e violonista, com mestrado pela USC Thornton School of Music (EUA) e doutorado em música pela UFMG. Seus interesses musicais incluem o repertório do violão clássico, a música dos séculos XVI e XVII, a música brasileira e o heavy metal.

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