Musicograma: o que é e como fazer?
Você sabe o que é um musicograma? Acompanhe o artigo e descubra conosco!
Aprender música é uma das melhores coisas da vida! Seja aprender a tocar um instrumento ou a ouvir música de uma forma mais atenciosa. E existem diversas formas de se fazer isso. Uma delas é o musicograma!

Mas o que é exatamente um musicograma? Podemos entendê-lo como propostas pedagógico-musicais que utilizam gestos corporais – bem como a leitura de grafias – para o desenvolvimento de uma apreciação musical ativa. Aliás, o musicograma é uma das principais ferramentas de auxílio para a musicalização infantil.
Podemos citar como os principais nomes do musicograma os autores Émile Dalcroze, Zoltán Kodály, Carl Orff, Edgar Willems, Shinichi Suzuki e Jos Wuytack. Apesar de serem estrangeiros, os métodos de todos eles são amplamente usados em diversas escolas aqui no Brasil.
O que é um musicograma?
O musicograma infantil é um tipo de registro gráfico que representa acontecimentos musicais. É uma ferramenta visual que consiste em facilitar o entendimento de uma música e amplia muito mais o universo de aprendizagem sobre música.
Devido à complexidade de certos tipos de música (por exemplo, a música erudita), alguns autores propõem a utilização de gestos ou gráficos para melhor compreensão.
Vale lembrar que o musicograma está relacionado com a prática de uma apreciação musical ativa. Isto é, ouvir música com objetivo de aprender mais sobre determinada obra por meio da escuta.
Se liga nesse exemplo de musicograma infantil, com uma música bastante conhecida:
Quem criou o musicograma?
Diversos autores utilizam gestos e gráficos como ferramentas para o aprendizado musical. No entanto, Jos Wuytack foi quem criou tudo isso. Vamos ver em detalhes a técnica desenvolvida por ele, que consiste em dois principais momentos.
Primeiramente, as crianças tomam conhecimento de conteúdos mais específicos sobre música, seja por meio de gestos percussivos ou vocais. Nesta fase, o jovem aprende sobre aspectos mais concretos/físicos da música. Ou seja, o som propriamente dito.
Em um segundo momento, as crianças são levadas a uma escuta ativa de determinada música, tendo como foco a orientação sugerida pela musicograma. Além disso, quatro fatores devem ser levados em consideração no momento em que a ferramenta é utilizada:
- A seleção do repertório;
- A escolha de estratégias para o aprendizado do conteúdo;
- O aprendizado de informações contextuais da música em questão;
- A escuta com auxílio do musicograma, que deve ser realizada ao menos três vezes.
Depois desses quatro pontos, o musicograma se torna uma ferramenta muito mais interessante para a escuta ativa de qualquer tipo de repertório.
Agora, confira um musicograma com uma música brasileira conhecida por muita gente.
Como criar um musicograma?
Uma das principais questões que temos de ter em mente quando vamos criar um musicograma é: quais habilidades e aprendizados os estudantes podem obter com a prática musical ao utilizar essa ferramenta gráfica?
Tendo isso em mente, podemos criar um musicograma infantil utilizando formas geométricas e diferentes cores. Por exemplo, um retângulo verde que representa dois tempos e um quadrado amarelo, representando um tempo:

Assim, temos um nível básico de musicograma e, a partir daí, colocamos em prática aqueles pontos comentados anteriormente. Vale lembrar, mais uma vez: o musicograma é uma ferramenta de apreciação ativa, utilizada para ampliar os horizontes de escuta!
Agora que você aprendeu mais sobre essa ferramenta de apreciação musical, que tal levar essas informações para mais pessoas? Compartilhe com sua rede de amigos e divirtam-se juntos!
Visualizar ou até mesmo reproduzir gestos musicais auxilia bastante no desenvolvimento musical. Além disso, é uma forma bem descontraída de aprender sobre essa atividade tão incrível que é a música.
Pablo Sathler
Contrabaixista com mestrado em Nietzsche. Professor, ouvinte universal e leitor contumaz. Escreve mensalmente na coluna Escambo Sonoro para o Immub e atua como revisor no GESEL da UFRJ.