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Formação de acordes: como encontrar novas sonoridades

A formação de acordes é a combinação de notas musicais tocadas ao mesmo tempo, criando harmonias para acompanhar ou compor qualquer estilo de música.

Saber como montar acordes vai muito além de empilhar terças de uma determinada escala musical. Também exige um conhecimento prático para que se possa adaptar voicings e inversões ao seu instrumento.

Músico tocando violão
(Reprodução: Pexels)

Por isso, elaboramos este guia com um passo a passo para formar novos acordes no violão e na guitarra, a partir dos shapes do sistema CAGED. Tire o violão do estojo e venha aprender com a gente!

Como estudar e praticar formação de acordes?

Uma abordagem prática e eficiente para formar novos acordes no violão é partir de shapes conhecidos e transformá-los por meio da modificação de intervalos já existentes nesses acordes.

A partir de agora, vamos partir do pressuposto que você sabe bem a formação de tríades e tétrades básicas, além de ter um bom domínio de classificação de intervalos musicais.

Se precisar, consulte os materiais sobre esses assuntos, disponíveis aqui no Blog e no canal do Cifra Club no YouTube!

Monte acordes a partir de shapes mais conhecidos

Uma forma prática de entender a formação de acordes no violão é utilizar shapes do sistema CAGED e modificá-los.

Ao remover ou substituir notas repetidas, é possível adicionar novos coloridos tendo como referência o shape original.

Vamos usar como exemplo o acorde de C (Dó maior). Perceba que na fôrma tradicional os dedos 3 e 1 formam uma oitava.

Esse intervalo pode ser substituído por outro que tenha mais interesse aos ouvidos: ao levantar o dedo 1, automaticamente teremos um acorde de C7M.

Ou então se partirmos da fôrma original e adicionarmos o dedo 4 na casa três, substituindo o dedo 1, teremos um acorde de C9.

Outro intervalo que pode ser substituído é a quinta-justa do acorde. No nosso exemplo, ele representa a terceira corda solta. Se você adicionar o dedo 4 na terceira corda e terceira casa, você estará montando um acorde de C7.

Ainda partindo do C, você pode adicionar o dedo 4  na quarta corda, na terceira casa. Dessa forma, terá um acorde de Csus4 ou Cadd4, dependendo se você está tocando a primeira corda ou não.

Finalmente, com esse mesmo shape, se você adicionar o dedo 2 na terceira corda (segunda casa), terá um acorde de F7M/C (tocando todas as cinco cordas).

Partindo de apenas um shape original você já mandou outros 5 acordes.

formação de acordes

Dessa forma, para os outros shapes você precisa apenas encontrar onde está a oitava ou a quinta justa do acorde para começar a experimentar com os intervalos.

A fundamental do acorde também pode ser omitida às vezes. Especialmente quando você está tocando em grupo, com um instrumento mais grave executando a nota.

Outras maneiras de montar acordes

Separamos outras estratégias de formação de acordes que têm como base as tétrades.

Posição fechada (4-way close)

Os acordes em posição fechada são construídos com notas do acorde em sequência, sem poder adicionar nenhuma nota entre elas.
Esse formato é bastante comum no violão, o C7M é um exemplo desse tipo de voicing.

O interessante é que, neste tipo de abordagem, geralmente se constrói o acorde da nota mais aguda para a mais grave.

Drop 2 (1 5 7 3)

O voicing Drop 2 consiste em deslocar a segunda nota mais aguda do acorde uma oitava abaixo.

Esse tipo de formação de acordes para violão é bastante utilizado no jazz e na música popular, pois sistematiza a forma de distribuir as notas.

No caso, se estivermos usando uma tétrade, a segunda nota mais aguda é a quinta.

voicing Drop 2 formação de acordes

Drop 3 (1 7 3 5)

O Drop 3 segue a mesma lógica, mas desloca a terceira nota mais aguda uma oitava abaixo. Neste caso, a nota a ser deslocada é a sétima do acorde.

drop 3 formação de acordes

Lembre-se sempre que você pode substituir notas (como a quinta) por outras (como a nona, sexta ou décima primeira do acorde), e assim transformar a sonoridade.

Shell voicings

Os shell voicings são acordes reduzidos, geralmente formados apenas pela terceira e sétima, além da fundamental.

Essa estrutura é bastante eficiente para acompanhar melodias e criar espaço dentro da harmonia sem sobrecarregar o som.

Aprender a modificar acordes com base nesses formatos ajuda a expandir o repertório harmônico de forma prática.

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Nele, você encontra desde o básico com intervalos musicais, passando por escalas e formação de acordes até chegar em campo harmônico. Tudo isso guiado pelo Lucas Telles.

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Picture of Marco Teruel

Marco Teruel

Marco Teruel é músico e violonista, com mestrado pela USC Thornton School of Music (EUA) e doutorado em música pela UFMG. Seus interesses musicais incluem o repertório do violão clássico, a música dos séculos XVI e XVII, a música brasileira e o heavy metal.

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