E Madrugada B7 O ruído das máquinas possantes bem mais quietas E E a cidade menos nervosa, sem muita agitação B7 Fui ouvir a simplicidade de dois poetas E Que vieram falar de coisas simples lá do meu sertão B7 Nessa hora tudo parou, o silêncio foi profundo E E pelo meio desta floresta de cimento armado B7 Ouvia-se a viola que me calava fundo E Falei de saudade do meu sertão amado E B7 E Não há, não há lugar igual aqui B7 E A Lua faz morada no sertão em que nasci E Um poeta falou do meu passado B7 E também de minha infância E E meu ranchinho, minha antiga moradia B7 Falou da natureza E E de uma porteira velha, onde num mourão B7 E João pacífico deixou sua poesia E B7 Lá no mourão esquerdo da porteira A B7 E Onde encontrei você pra despedir B7 Tem uma lembrança minha derradeira E É um versinho que eu nele escrevi E B7 E continuou falando de amor E Quem amava com firmeza B7 Falou de chico mulato, o maior dos cantador E Falou de sua amada B7 Aquela, aquela cabocla teresa E Que todo sertão conhece B7 E Por sua história de amor E A E A tempo eu fiz um ranchinho B7 Pra minha cabocla morar A B7 Pois era ali o nosso ninho E Bem longe desse lugar E E falou com emoção B7 Pois falou com tanta mágoa E Daquela sua promessa B7 Daquela seca tremenda E Meus olhos não resistindo B7 Caiu mais um pingo d'água E Lembrei de minha boiada B7 E Lembrei da minha fazenda E B7 Eu fiz promessa E Pra que Deus mandasse chuva B7 Pra crescer a minha roça E E vingar a criação B7 Pois veio a seca E E matou meu cafezal B7 Matou todo o meu arroz E Sapecou todo algodão E E a madrugada se foi B7 Se foi o som da viola E Voltei pro meu gabinete B7 Pra outro dia enfrentar E Mas Deus que é sertanejo B7 A minha mágoa consola E Com meu pedaço de sertão B7 E Eu vivo sempre a sonhar E A Eu vou dizer com toda sinceridade B7 E O que ainda mora no meu coração B7 Estou vivendo na grandeza da cidade E Mas não esqueço meu pedaço de sertão