Quando vim do meu nordeste Pensei que fosse enricar Mas a vida no sudeste É tão dura que entristece No metrô fui trabalhar Passei frio e passei fome Foi difícil acostumar Tive que provar ser homem E mostrar que tenho nome Pro pior não piorar Passou um, dois e três anos Sem folgar, sem diversão Todo dia madrugando Junto com meus conterrâneos Para erguer a construção A saudade aperta o peito Que vontade de voltar Por enquanto não tem jeito E eu sou um bom sujeito Por aqui eu vou ficar Eu sou filho do nordeste Sou muito trabalhador Eu sou o cabra da peste Nunca fui o cafajeste Ganho tudo com suor Eu espero para o ano Estar lá no são João Estou economizando Meu dinheiro vou guardando Pra voltar pro meu sertão