Pessoar do céu, tamo perdido, o bando de Lampião tá invadindo a cidade Me vale padre Cícero do Juazeiro” Assim era a vida que antes levava O povo sofrido das bandas do norte Porque a justiça por lá não havia Somente existia a lei do mais forte Se ouve é o pranto da mãe pelo filho Enquanto as viúvas reclama da sorte Porque na cidade estava em visita O bando maldito do Lampião da morte Cumpadre Lampião, a cidade tá cheinha de mulé bunita E nóis não temo mulé nem pra pregá butão na nossa roupa Então vamo fazê um negócio Cada um vai escolhê uma mulé pra acompanhá nossas andança Se dois cabra escolhê a mesma mulé ela tem que sê disputada na peixeira O vencedor fica com ela O perdedor se ainda tivé vivo vai escolhê outro mulé Mas ai daquele que botá os zóio na Maria Bunita A mulé do sapatêro, aquela bichinha é muito minha Ouviram seus cabra da peste? E desde esse dia Maria Bonita Deixou seu marido e seguiu Virgulino De dona de casa virou bandoleira Herdou do Lampião o maldito destino Porém a polícia em grande escolta Andava em trincheira no chão nordestino Era a justiça que estava chegando Para destruir este bando assassino Cumpadre Lampião, chegou a nossa hora, temo cercado de polícia pra tuda a banda Nada de tremedeira, seus cabra da peste Vamo enfrentá a polícia de home pra home, vamo arrasá com esses cabra Não adianta resisti, Lampião, entregue-se, você está perdido E só me entrego depois de morto, não quero caí vivo na mão da lei, quero não! Então prepare-se Lampião, lá vai fogo! E uma descarga de chumbo certeiro Deixou Virgulino sem vida no chão Alguns desordeiros tombaram feridos E outros sumiram naquele sertão Maria Bonita morreu no combate A sua cabeça foi pra exposição E o povo do norte gritava na rua Tenente Bezerra apagou o Lampião