Me contaram um certo dia Com muita sinceridade Uma história verdadeira Que não parece verdade O impossível acontece Pode ser realidade Quem contou foi um caboclo O homem conversa pouco Mas com muita autoridade Na margem de uma estrada No interior do meu estado Certa noite um sitiante Acordou por um chamado Levantou, abriu a porta Foi logo cumprimentado Me desculpe meu senhor Venho lhe pedir um favor Porque me vejo obrigado Eu sou um caminhoneiro Trabalho como empregado Vou indo para São Paulo Com o Ford carregado Conduzindo porco gordo Para vender no mercado Num buraco ali na estrada O carro deu uma bacada Caiu o porco mais pesado Com a maior boa vontade O sitiante lhe atendeu Acordou os seus dois peões E também os filhos seus Os caboclos eram fortes Pegou o porco e suspendeu Não cobraram um vintém Só Deus lhe pague e amém Montou no Ford e rompeu No outro dia o sitiante Como era acostumado Foi levar ração na ceva O portão estava quebrado E faltava um porco preto Por sinal o mais cevado Foi então que compreendeu Que o homem que ele atendeu Era ladrão de capado