Algumas considerações Sobre a capital Já foi do Império Hoje é de Portugal Como todas as outras Tem monumentos Pedras a quem alguém deu uma certa forma, Um certo olhar Tomemos uma do chão, perdida Podemos considerá-la domesticada Essa pedra ontem foi livre Hoje é da calçada As pessoas, As pessoas são o sangue da cidade Sem elas no centro o centro morre O centro é caro, o centro caro, o centro é bastante caro! Mas parece seguro, Bom, já nada é seguro hoje em dia As pessoas, as pessoas circulam como o sangue As pessoas são quentes como o sangue As pessoas transportam coisas como sangue As pessoas defendem a cidade Com o seu próprio sangue Derramo o olhar pelos turistas perdidos Acho que podes considerar que eu sou de cá Mas eu não sou daqui Eu não sou daqui Eu não sou daqui Eu não sou de cá Dos dias da semana eu escolho o Domingo É um dia morto cheio de luz e de parva felicidade Aquela que vem do cansaço Entre os estados meios com gente de fora que chega em autobuses coloridos E a modorra da baixa eu escolho o centro Podes-me imaginar aí, no centro da cidade, Talvez na avenida da minha liberdade Percorro o olhar pelos turistas perdidos Acho que podes considerar que eu sou de cá Mas eu não sou daqui Eu não sou daqui Eu não sou daqui Eu não sou de cá Eu não sou daqui (x6) Eu não sou de cá