Ainda te vejo assim Vila Morena, com teu olhar açoriano Colhendo sóis de outono Te quero Vila Morena Povoadito de campo Alma de tijolo e pedra Barro dos mananciais Caserio com suas janelas Abertas pra luz do Sol Ainda te vejo assim Com teus velhitos campeiros Com seus mates ancestrais E ponchos acinzentados Vestindo o pelo do inverno Pelas manhãs invernais Teus fantasmas farroupilhas Maragateiam nas rondas Por sobre melenas mouras Com presságios de guerrilha Guardando o solo sagrado De prontidão com as encilhas Teus fantasmas farroupilhas Maragateiam nas rondas Por sobre melenas mouras Com presságios de guerrilha Guardando o solo sagrado De prontidão com as encilhas Lembranças entardecidas Do teu olhar açoriano Colhendo sóis de outono Com a força bugra do abrigo Pra me alcançar em poemas Tudo que guardei de ti Teus cavalos pastoriados Espreguiçando nas tardes Os maneadores compridos Revelam em cada imagem O gauchismo rural Que o campo trouxe a cidade Teus fantasmas farroupilhas Maragateiam nas rondas Por sobre melenas mouras Com presságios de guerrilha Guardando o solo sagrado De prontidão com as encilhas Quem sabe n'algum domingo Eu volte de novo a ti Com um poema em retorno Que juntei pelos caminhos Feito de pura saudade De pedra, de barro e de capim Teus fantasmas farroupilhas Maragateiam nas rondas Por sobre melenas mouras Com presságios de guerrilha Guardando o solo sagrado De prontidão com as encilhas De prontidão com as encilhas De prontidão com as encilhas Te quero Vila Morena