Até começar a fazer coisas sem sentido Abrir a geladeira de minuto em minuto E ver que existe um mundo lá fora E o seu é um vão Passar a fazer planos sobre planos sobre planos Perceber que nada vai além Freqüentemente madrugar nas redes sociais Sair só se sexta-feira e se não chover Jantar sabe Deus como seria sem TV O lixo oculto que sacia e mata sem doer Pra ver que tudo é natural Cada passo cada vida cada vendaval Carregue a casa na cabeça E por incrível que pareça acaba sempre bem Tudo é essencial Cada recorte cada livro cada carnaval Carregue a casa na cabeça E qualquer canto que esteja Vai ser sempre bom Até que os enlatados se espalhem pela casa Que reste o eco de promessa da vida pregressa Que a lagrima corra no rosto de alguém sem ninguém Que os amigos casem e cancelem suas contas Nas redes e parem de compartilhar as fofocas E de curtir suas filosofias mentirosas Pra se ver que o mundo é bem maior Em cada simples gesto vive o amor ideal Carregue a casa na cabeça E por incrível que pareça acaba sempre bem Tem que ser natural A dor a cura a vida a morte nada é pessoal Leve tua casa na cabeça E qualquer canto que se esteja Vai ser sempre bom