Hoje amanheceu chovendo Mas eu não posso parar No galpão todos cochilam Eu tive que levantar Tem vaca pra tirar leite E potros pra galopear Eu sempre fui peão de estância Gosto daquilo que faço Barro o galpão faço bóia E com solingem de aço Vou lonquear um couro preto E tirar uns tentos pra o laço O gado adivinha a chuva Soprando bafo das ventas E relampeia cruzado Que o índio ate não aguenta Eu passo a mão no machado E benzo mais uma tormenta Assim e a vida da gente Do fundão duma fazenda Aproveito os dias de chuva Para aumentar minha renda Faço cinto e tranço corda Que indiada que me encomenda As minhas obrigações Todas elas eu atendo E hoje vou lidar com corda Por que amanheceu chovendo A chuva não para nunca E depois de um chimarrão Vou laçar lá na mangueira Um lobuno…