Desprezo conclusões, meias-verdades Um passo antecede o outro Um horizonte antecede outro Mesmo a morte antecede a morte Não seria ingênuo, insano Para supor que grandes somas de dinheiro Objetos, aplausos, ilusões Proveriam a monstruosa sede que sinto Que quero então? O mar, a torre, a vida, a tempestade A noite, a inconstância, o abismo cada vez mais profundo Irromper da esfera de gelo, arder o corpo Incendiar de paixão pela criação, pelo amor, pelo jogo E romper do silêncio, do ódio ímpar Inquieto, criminoso, ridículo, romântico, Um vulto, morto-vivo Céu e inferno O abandono entre a escravidão e a liberdade... O caos limpa o meu corpo...