Marcas (Danilo Pereira/Vinicius Castro) As janelas deixaram escapar Os odores de uma noite sem dormir E o tapete parece ocultar As cinzas do cigarro de alguém Se as paredes conseguiram abafar Os gemidos de dois corpos já reféns Maquiagem e pó pra disfarçar As marcas que não convém Marcas que vão e vêm O ventilador no teto a rodar Espalha a fumaça E o abajur que insiste em brilhar Ilumina quem passa Só o espelho parece anunciar E o lençol já não cheira a ninguém Maquiagem é só pra disfarçar As marcas que não convém Marcas que vão e vem O silêncio se esvai pelo corredor E as garrafas transbordam no chão Uma dose a mais de licor E um filme qualquer na televisão De repente parece girar A cabeça e o quarto também Maquiagem é só pra disfarçar As marcas que não convém Marcas que vão e vem