Hoje voltei pela estrada pra rever minha morada Que deixei quando guri Era tarde de verão replantado noutro chão Para vida prosseguir, para a vida prosseguir Deixei o rio dos meus dias e a saudade eu já trazia Na mala do coração O cantar da corruíra, João barreiro na porteira No seu rancho meu torrão, no seu rancho meu torrão Uma sanga cristalina, onde estrelas pequeninas Com a Lua vem se banhar Caniço e linha de mão, me fisgou o coração No dia que eu vim de lá, no dia que eu vim da lá As lembranças não são poucas Eu ficava de voz rouca escutando o sabiá Eu passava a tarde inteira No alto das pitangueiras com seu doce assoviar À tardinha o Sol se indo, aves voltam para os seus ninhos E a noite vem se deitar O céu bordado de estrelas e a saudade companheira Nos convida pra cantar, nos convida pra cantar As lembranças não são poucas Eu ficava de voz rouca imitando os sabiás Eu passava as tardes inteiras No palco das pitangueiras, em seu doce assoviar À tardinha o Sol se indo, aves voltam para os seus ninhos E a noite vem se deitar O céu bordado de estrelas e a saudade companheira Nos convida pra cantar, nos convida pra cantar Nos convida pra sonhar, pra cantar