Bem sei que a voz do povo me condena Ao ver-me mal vestido a tropeçar Bem sei que esta bebida me envenena Mas sem beber não poderei sonhar A sarjeta da rua é o último abrigo De quem já teve um sonho multicor Disse-me adeus o derradeiro amigo Ao ver-me sem fortuna e sem amor Amei um dia alguém, ardentemente A brasa te incendeia os ideais Tem como o seu destino tão somente Ter um pouco de cinzas e nada mais Deixa que o mundo fale, fale deste drama Deixa-me, deixa-me aqui eu choro e vivo a cantar Um poeta já disse que quem ama Pode fazer da lama o teu altar