Cambaco é quase um cazumbi Velho elefante do cambuci Trombone mudo em curva de rio Só espera a morte entrar no cio Não se deslumbra ao que aí está Cambaco é um certo cambalear Antigamente antes do mundo surtar Cambaco alembra o wiriyamu Velho guindaste de tromba azul Vulcão extinto não queima mais Mas se fumaça é um passo atrás Desamparinho maior não há Cambaco hoje não vai voltar O passado as vezes sai do lugar Onde era manada e rouquidão Hoje mercado negro de marfim Onde havia batuta e balafon Hoje é metralhadora a gargalhar Já faz tempo que o tempo se perdeu Só cambaco se lembra de achar Onde era sambada e balauê Hoje é a grana botando pra fudê Onde tinha bambara e pigmeu Hoje essa multidão solta no breu Já deu hora de tudo se acabar Só cambaco não esquece de afundar Onde era savana e kalundu Hoje é nego roendo o couro cru Onde havia calunga e bonbolon Hoje a mesa tá posta pra urubu Tem mil anos que a vaca se embrejou Só cambaco ainda relembrou