Nêga, foi tu que atiraste à queima-roupa E insiste em dizer que foi bala perdida Eu fiquei sem fantasia na avenida Cacos de luz na minha carne de louça Nêga, ainda sinto em mim tua mão tão solta Dobrando a manhã pra deixar a noite mais comprida E a lima afiada da tua língua Lustrando(tangendo) as estrelas do céu da minha boca. Foi um átimo de amanhã eu sei que foi Mel de fruta temporã Que não vingou na colheita mas deu larva de borboleta Que (em)pupou no coração