Conheci um baianinho Esses da fala macia Dava nó em pingo d'água E laçava melancia Pegava raio na mão Segurava ventania O seu corpo foi fechado Num terreiro da Bahia Caldo de cana gostoso É o que sai da cana roxa O malandro não tem culpa Se o resto do mundo é trouxa Chegou na cidade grande Baianinho se expandia Foi comprando um carro zero Pra pagar em noventa dia Conseguiu vender à vista Mostrando sabedoria Virou grande negociante Baianinho enriquecia Caldo de cana gostoso É o que sai da cana roxa O malandro não tem culpa Se o resto do mundo é trouxa Baianinho na tourada Só toureia vaca mocha No Natal compra castanha Come a boa e vende a chocha No banquete que tem frango Baianinho come a coxa Deixa o pé, deixa o pescoço Pra aqueles que nasceu trouxa Caldo de cana gostoso É o que sai da cana roxa O malandro não tem culpa Se o resto do mundo é trouxa Foi contra um campeão de snooker Baianinho fez surpresa Deu duzentos de lambuja Só seis e sete na mesa Deu trinta snooker de bico Jogando só na defesa Meteu o sete trinta vezes Ganhou o jogo na moleza Caldo de cana gostoso É o que sai da cana roxa O malandro não tem culpa Se o resto do mundo é trouxa