Nem bem nascia já fiz tumulto com tudo ao redor Redefinia cada rotina, acho que pra melhor Se a mãe não tinha condição plena pra me ver vingar Sobrei pra tia cuja acolhida foi de revolucionar o que era ser E o que um dia pareceu-me estar errado virou verdade plena E serena foi a transição do amor que, os pés, fincou quase calado O inimaginado aconteceu Tudo se ajeitou e feliz fui eu Vida seguia e eu via tudo de um outro lugar Atento e mudo, perspectiva bem particular Eu via a tia que era mãe e pai em um ser só E me trazia uma pá de gente irmã De todos eu era o menor, porém não menos forte E tive a triste chance de provar, sendo um de seus arrimos E o que juntos construímos, na morte ela viu se concretizar Mesmo que sem poder agradecer Hoje levo em mim a paz de saber Agora sigo convicto e firme em minha gratidão Pois sei que um dia terei a chance e farei igual Hei de escolher ou, sabe Deus, se escolhido serei Nos olhos de meus filhos sou eterno E em outros olhos me verei a projeção de um santo Ou de um irmão que o acolheu Sendo mãe, pai e filho e guiando os pés no trilho Fazendo o ciclo, assim, se completar Sem que ninguém precise agradecer Mas que haja em nós amor por querer