Já alargaram as pupilas Da sanga da velha estância Bebedor do gado manso Nobre pia batismal Bordada de corticeiras Ao pedestal dos barrancos Que o tempo se encarregara De não deixar um sinal Ainda bailam lembranças Da sanga das laranjeiras Memoráveis brincadeiras Do meu mundo de guri Onde há recém me ensaiava Dando as primeiras braçadas Com o peito sobre o dorso De um toco de gurupi O tempo cruza a galope Sem perceber muitas vezes Que ao sepultar uma sanga Muita alegria desfaz Descrente, eu peço cantando Que apenas por um segundo A pedra do velho mundo Girasse um pouco pra trás Então seria refeita A sanga das laranjeiras Bordada de corticeiras Que um dia o tempo desfez O mundo seria outro Sem maior indiferença (Porque a maior recompensa) (É ser guri outra vez) (Porque a maior recompensa) (É ser guri outra vez)