Quando o galo dobra o canto Um amargo santo já me faz fiador Fico ruminando as penas Das longas novenas de madrugador Fecho um baio a meu contento Mas o pensamento faz divagações Sai a rebanhar idílios Para os estribilhos das minhas canções Amanhã eu vou-me embora Um canto me libertou Levo nas minhas esporas O que o pago me ensinou Uma tropilha relincha E o vento na quincha tirita de frio Parecendo alma penada Nesta madrugada cheia de arrepio Me contraponteia um grilo Mas eu me aniquilo com esses funerais Fico a defumar ausências Dessas penitências sentidas demais Amanhã eu vou-me embora Um canto me libertou Vou semeando estrada afora O que o pago me ensinou (Amanhã eu vou-me embora Por que já disse que vou)