Num bolicho beira estrada, de cruzada Encontrei o preto velho celestino Testemunho dos meus tempos de menino Prestativo e serviçal A lembrança veio junto no assunto No momento que eu olhei ele me olhou Num sorriso machucado, o preto velho Com saudade, perguntou Como vão todos os teus? antes do adeus Sem saber se me abraçava ou se sorria Pelo jeito, constrangido, o preto velho Pelos trajes que vestia Não repare este meu jeito, caro amigo Machucando esta purita com limão Tiro a poeira da garganta, diariamente Pra alegrar o coração Minha aldeia comemora, volta e meia Festejando quem chegou pra não ficar Mas esquece o preto velho celestino Um nativo do lugar Este santo benedito, que, ao tranquito Vai ganhando como pode o seu quinhão Representa, nos cenários dos bolichos A vontade de viver pelo seu chão.