Num talho de fora a fora, rasgou a primeira verga A vista bem pouco enxerga na cerração com neblina A velha junta brazina vai tranqueando embiqueirada Cheirando terra lavrada, capim limão e guanxuma As leivas, uma por uma, se rebolcando parelhas Tal qual rebanho de ovelhas quando estão no parador Vão se partindo em fatia, bolcadas num só compasso Mescla de suor e cansaço do rosto do lavrador As vergas hoje passaram pra'o rosto de quem arou Só se vendo o que restou dos trastes do lavrador Antigo labutador, trabalhador sem descanso Pois também era boi manso pra todo e qualquer serviço Mas, certa feita, o destino levou a junta parelha De brasino cor de telha pra'o rumo do matador O velho, então, desgostoso, arreglou sua mochila Saiu num tranco moroso, no sem fim do corredor ( Levando nos próprios olhos um sonho de lavrador ).