Esquentei a água No fogareiro do Mboitatá. Tô cevando o mate com erva Da boa da barbaquá. E vamos charlando e contando Causos que ja lá vão. É o sabor do pampa, De boca em boca e de mão em mão. Acendi uma vela, que é Pro Negrinho nos ajudar A encontrar as histórias, Porque a memória pode falhar. É sabedoria! Deixa o amargo viver em paz! Mate e cara alegre, Porque o resto a gente faz. coro: Puxa um banco e senta Que tá na hora do chimarrão. É o sabor do pampa, De boca em boca, de mão em mão. Puxa um banco e senta! Vem cá pra roda de chimarrão! Ele aquece a goela E de inhapa a alma e o coração. Dizem que não presta Mijar cruzado, pois dá azar. Se grudar os cachorros, Só água fria pra separar. Diz que palma benta Prá trovoada é o melhor que há E se assoviar, o minuano É certo que vai clarear. Minha avó me disse Que andar descalço dá mijação. Cavalo enfrenado na Lua Nova fica babão. Com passarinheiro e mulher Sardenta é bom se cuidar E quem vai depressa demais A alma fica pra trás. coro: O melhor pra tosse é Cataplasma e chá de saião. Prá acabar com a gripe Só sabugueiro ou então limão. Prá curar verruga é benzer Prá estrela e invocar Jesus. Contar mau olhado: um galho De arruda e o sinal da cruz. Chá de quebra pedra, Ipê, arnica, canela em pó, Hortelã, marmelo, marcela Boa e capim cidró. Tudo tem remédio! Churrio, cobreiro e má digestão. Só pra dor de amor é Que não tem jeito e nem solução. coro: