Uma ave molhada Trêmula, ao relento É uma ave, é uma ave Nasceu para voar Uma pérola enterrada É uma pérola, é uma pérola É uma pérola Nasceu para brilhar, para brilhar Uma flor despetalada Pela violência da tempestade Continua sendo flor Continua sendo flor Um poema abandonado ou esquecido Pela insensibilidade humana Pela insensibilidade humana Será sempre um poema Será sempre um poema Será sempre um poema, um poema Assim também a alma Mesmo vestida de chagas É centelha divina, é centelha divina Que ama e precisa ser amada É centelha divina, é centelha divina Que ama e precisa ser amada