Eu deixei a minha roça Na beira daquelas vargem Fui bom no cabo da enxada Um dia perdi a coragem Continuar plantando roça Eu achei que era bobagem Ajeitei meu terno novo E preparei minha bagagem E mudei pra capital, ai, ai Pra viver na malandragem Primeiro golpe que eu dei Foi o conto do vigário No dia que os operário Receberam o salário Peguei um cabra sabido O golpe veio ao contrário Ele era um vigarista Fantasiado de operário Eu quis bancar o malandro, ai, ai Acabei sendo o otário Depois eu tentei a sorte Num joguinho de baraio Polícia baixou na mesa Foi logo descendo o máio Na cadeia apanhei tanto Quase que de lá não saio Senti saudade da roça Saudade do meu trabaio É como diz o ditado, ai, ai Cada macaco em seu gaio Tentei toda a malandragem Mas não acertei nenhuma Essa gíria de malandro Não entendo coisa alguma Quem nasceu pra ser malandro Na malandragem se arruma Se o malandro for pra roça Ele não se acostuma É lá no cabo da enxada, ai, ai Que a caboclada se apruma