Viola Atrás da viola toca o tocador O diabo vive correndo atrás de nosso senhor Atrás da bola corre o jogador E do trabalho corro como brasileiro nato que sou No baralho e na poesia é que eu gasto o meu suor Atrás das horas todo dia minha noite fica bem maior De tempo em tempo quando me lembro Me meço e estou tão menor Tropeço, esqueço, e sei no espesso vento seco Que não estou só Em frente ao sonho tem o sonhador Reflete ao sol a cor e o silêncio Na certa a luz do dia espera a noite amanhecer Tropeço, nos dedos, os medos presos Tento lento ser um tanto ou talvez melhor Tropeço, acerto, eu sei, no espelho (sempre certo): Mais de perto a carne vira pó.