Venha, não se acanhe, se achegue pra dentro, se ajeite; Comadre passou um cafezinho, aceite. Se assente aqui mesmo ou deite na rede, A casa é modesta, de gente honesta E sua visita nos é prazerosa; Sinta-se em casa enquanto trocamos Um dedo de prosa. Não se espante, compadre, se lhe trato assim; É que o Deus que conheço faz desse jeitim; Às vezes me achego à soleira, meio ressabiado, Querendo conversa, um ombro amigo, um agrado; E Ele me chama pra dentro, nem olha minha vida horrorosa, Com todo o carinho do mundo vai logo dizendo: "Sinta-se em casa, enquanto trocamos Um dedo de prosa."