Quero voar, não tenho asas; Poesia, asa ritmada, Vem e me acode, sacode o pó, Me tira do chão! Poesia, embrião, Sou da terra, me devolve ao chão! Me enraíza ao solo e o sol quero ver Tão constante enquanto mudo, Mudo. E ao mudar a estação, E ao chegar o outono, Ao caírem as folhas, Lembrarei que fui sombra, flores, frutos... E um dia, serei lenha, Boa madeira, Talvez um teto, Uma farta mesa, Um violão, Ou terminar como húmus Chão da nação que amo.