Tenho meu ranchinho véio Lá na beira do caminho Todo cercado de mato Esburacado, coitadinho É uma joia, uma lembrança Uma dor da ingratidão Palavras que pra mim dói Que me corta o coração Meu ranchinho testemunha Abandono e sofrimento A falta de uma promessa De quem fez um juramento Da muié que eu gostava Recebi desolação Já morreu minha esperança E a vida do sertão Quando ela foi-se embora Adeus veio me dizer Palavras que pra mim dói E jamais posso esquecer Eu lhe disse com ternura Com amor e com carinho Estas últimas palavras Lá na curva do caminho E agora que vancê vai-se embora Peço à Deus pra chuvê Chovê pra quê?, me disse ela Pra apagá seu rastro pra mim não vê Por que se eu vê eu sinto saudade de vancê E agora quando chove Lá na terra do caminho Eu inda pareço ver Os sinal dos seus pezinhos E como as águas vão caindo O ranchinho sem amor Vai descendo do meu rosto Minhas lágrimas de dor