Geraldina era uma moça De beleza fascinante Não houve quem não falasse Que donzela impressionante Mas às vezes nesta vida Deste mundo tão errante O destino misterioso Chega sempre num instante Morava com sua vozinha No maior contentamento Rejeitou de muitos homens Pedidos de casamento Falava pros conhecidos Relatava seus intentos Depois que a vovó morresse Ela ia pra um convento Nas o Bastião boiadeiro Alma ingrata e assassina Rondava todas as noites Passeando pelas esquina Estudava tentativa Pra roubar a Geraldina Pensava consigo mesmo Hoje eu levo a prata fina E numa noite o malvado Pelos fundos ele entrou Com dois tiros de garrucha Na velhinha ele atirou Coitada da Geraldina Nesta hora ela gritou Não matei minha vozinha Foi ela quem me criou Nesse quadro doloroso O malvado estremeceu Foi lhe faltando a coragem Saiu, desapareceu Geraldina então chorava Vozinha que Deus me deu E nos pés da sua netinha Foi que a velhinha morreu Coitada da Geraldina Já perdeu toda a razão Sua beleza fascinante Agora não tem mais não Vive toda esfarrapada Que até corta o coração Andando de porta em porta A todos estende a mão