Agora já não sei o que escrever Perdí tantas palavras no caminho Lá fora há mais um día p’ra nascer E eu só quero anoitecer sózinho Agora o fumo antigo do cigarro É pouco p’ra calar a solidão A vida é um corpo triste a que me agrro E quer viver aquí na minha mão Agora o tempo pesa-me a alma E aos poucos deixa marcas no meu peito Escreve o teu nome a sangue e suor Perdí o tempo, perdí a calma Se o sol se pôs, a noite que me guarde É dela que há-de vir oh meu amor Eu espero-te na noite meu amor Agora nada tem a mesma cor Passou o gosto amargo da saudade O que era verde e luz sabe-me a dor Levou o farol, escondeu-me a liberdade Agora arrumo as coisas pela casa E a alma dentro dela é um corpo nu Falta-me o par que é par da minha asa Falta-me o meu amor, faltas-me tu Agora o tempo pesa-me a alma E aos poucos deixa marcas no meu peito Escreve o teu nome a sangue e suor Perdí o tempo, perdí a calma Se o sol se pôs, a noite que me guarde É dela que há-de vir oh meu amor Eu espero-te na noite meu amor Perdí o tempo, perdí a calma Se o sol se pôs, a noite que me guarde É dela que há-de vir oh meu amor Eu espero-te na noite meu amor Eu espero-te na noite meu amor Eu espero-te na noite meu amor