O céu vai clarear Iluminar a zona oeste da cidade E Deus vai desfilar Pra ver o mago recriar a Mocidade A luz que nos chega da estrela primeira Nascida do pó no Cruzeiro do Sul Do plasma divino das mãos carpinteiras Ressurge candeia no breu nesse azul Será que o limbo da imaginação Perverte a inteligência O homem com sua ambição Desconhece a razão desatina a Ciência Será que há de ter carnaval, sem minha cadência? Com alas em tom digital No fim da existência Me diz afinal quem há de arcar com as consequências? Se a Mocidade sonhar No infinito escrever Versos a luz do luar, deixa! Quando o futuro voltar A juventude vai crer Que toda estrela pode renascer O verde adoecido da esperança Ofega sobre o leito da cobiça Quem vive pelo preço da cobrança Derrama sua lágrima postiça Fogo matando a floresta Bicho morrendo no cio Febre no pouco que resta Secam as águas do rio E a vida vai vivendo por um fio Naveguei No afã de me encontrar eu me emocionei Lembrei da corda bamba que atravessei São tantas as viradas desta vida A mão que faz a bomba se arrepende Faz o samba e aprende A se entregar de corpo e alma na avenida