Hoje não tem a mordaça Da minha raça, sou a voz Um anjo negro foi quem semeou Abdias Nascimento Por nós sempre lutou Com a força dos seus ancestrais Quebrou barreiras Das intolerâncias da vida Bonecas de piche, rainhas mulatas Fez do personagem um expoente É a raiz africana emergente O quilombo destacou o que o afro revelou Deu na capa do jornal Que o teatro experimental brilhou Ecoou O grito de igualdade a conquistar Um ato de resistência enfrentou O preconceito pela cor Orfeu da Conceição Tem sangue de Aruanda Se faz constelação O negro no meu samba Otelo é inspiração Pra nossa gente nunca mais pedir socorro E erguer a voz contra o algoz É nós do morro Sigo de punho cerrado Na busca por um ideal Meu caminhar conduz A luta continua No papel principal do meu carnaval É o negro quem atua O teatro nos traz o meu samba em cartaz É o povo do gueto na cultura Na pele do ator, é preta a cor Bravo! Arrastão de Cascadura